estamos em um outro tempo agora,
como se o vento, a chuva de ontem, as flores que surgiram
(algumas bem estranhas, exigindo cuidados e aflições)
dissessem: olhem mais devagar
nem mais acreditar em poemas
as palavras tão incômodas como o pó que se acumula insistentemente
entre os livros da estante,
não lidos, não consultados, nenhum poema desperto de seu marasmo
o latido de um cão, na rua, pode muito mais do que um verso
a sua quase lágrima, se eu dissesse ou quando eu dissesse:
"Você está tão errada que eu não vou nem discutir..."
tem a força quieta do silêncio que nenhuma metáfora
[jamais romperia
intrigadíssima, abismada e inútil como um esquilo
que rompe o primeiro gelo do inverno
com o casco de uma unha, sem resposta
e ainda assim,
aguardante
Para que depois, bem devagar, possa colher as pétalas que caem
no outono de teu sopro, ao anoitecer
O Mapa do Mundo, um livro de surpresas, de Pedro Eiras
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*O Mapa do Mundo*, o mais recente livro de Pedro Eiras, é uma obra que põe
a pensar os leitores que, como eu, arrumam os seus livros de literatura
segund...
Há 3 anos